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sábado, 9 de abril de 2011

Como são iguais as desigualdades!





Calar o grito entre a dor e a revolta,
Deixar o silêncio absoluto como senhor,
Ranger os dentes na contração do rosto
E deixa-lo disforme, escondendo a vergonha
De ser pouco, ser pequeno, quase nada.
Pensar alto, até o céu, em orações
Em que a alma implora e não é ouvida.
Correr entre os nadas de um denso vazio
E com ele se confundir, como se tudo
Fosse tão igual a uma única existência.
Correr entre sonhos e pesadelos,
Se fazer caça de um cruel caçador
E não cobrir os rastros, como se fugir
Não fosse preciso, não fosse tentar viver
Ou vã esperança de fazer da caça um predador,
Como se milagres acontecessem por tão simples.
Que deus pode fazer tão igual as desigualdades
Para que com elas se viva no mesmo mundo?


José João

A multidão não é companhia





São gemidos, são cantos, são gritos
Que se fazem conflitos.
São lágrimas, são pranto aflitos
Que correm nos rostos pálidos e tristses
Andando nas ruas como pinturas esquecidas,
Perdidas, como desenho do nada,
E a multidão segue, em procissão,
Caminhando sem tempo, perdida,
Correndo por medo da solidão
Que sorri entre escarnio e ironia.
Os olhares com brilho sumido,
Os sorrisos se escondem por pavor
De serem engolidos e a voz se cala
Como se falar fosse pecado.
Na multidão a loucura é tão comum
Que a coerência corre pedindo socorro,
Tropeçando na angustia de cada um,
Dizendo em intercalado sussurro
Que a solidão não é companheira,
A mulltidão é como uma casa vazia
Que não se tem com quem conversar
Como se está só... dentro dela !!


José João

Quem sou? Louco? Eu?





Vou por aí
Sem saber quem sou,
Nem para onde vou.
Não quero saber o que fui
Nem o que vou ser amanhã,
Não quero esquecer
Nem lembrar de mim.
Sou o que não sei.
Minha mente povoada de vazios
Não me deixa pensar
E sonhar é estar, na loucura
De mim. Eu que não sei quem sou.
Vazios me cercam... e os medos!!
Medos que não quero sentir
As vezes povoam minha mente vazia
Com fantasmas que me trazem
A doce cruel loucura de não existir,
A razão de ser, a razão de não ter,
A razão de não ser, a razão de...


José João

terça-feira, 5 de abril de 2011

Tempo, espaço e vida





Tempo e espaço dois universos
Em movimento constante
Num paralelismo sincronizado e perfeito.
A vida? Sistema complexo e indefinido,
Existindo simultâneamente nos dois
Numa simplicidade inexplicavel
Pela assimetria da própria existência.
O que é a vida em relação ao tempo
Se o homem não é apenas corpo?
O que é a vida em relação ao espaço
Se no espaço o homem existe até a morte?
Assim a complexidade da existência
Vai muito além do espaço, mas não do tempo
Aí percebe-se a dualidade dos humanos
Ou a dualidade dos seres vivos?
Se o elemento fundamental do universo
Não for a metéria, for a energia,
Sendo a morte  indefinida assim como a vida
Será que somos eternos
No tempo e no espaço ou só no tempo?
Como? Se tempo e espaço se confundem
Num paralelismo uno?


José João
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