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terça-feira, 14 de junho de 2011

Pobres humanos





São carrões, iates. lanchas, banheiras de ouro,
São gritos selvagens de conquistas insanas
Corações de pedra, como frios punhais
Roubando vidas e ganhando histórias
Usando a morte como doação morbida.
Se dizem gente, se dizem homens, se dizem humanos
Brincam de brincar de viver entre desejos e luxo
Se fazem donos, se fazem senhor, se fazem deus.
Como se tudo fosse tão pouco, ou tão nada.
E bem no meio do mundo entre tantos eles
Tantas crianças perebentas e nuas de roupa e de amor
Sugam do peito flácido, da  mulher esqeletica e quase morta,
Suas ultimas gostas de vida, no sangue que se faz leite
Pelo milagre de ser mãe.
Malditos, grito chorando em desespero incontido
De ver a vida fugindo nos olhos sem brilho da criança
Que a mãe insiste em fazer viver e chora, e implora
Sem nunca se fazer ouvir, muito menos em se fazer ver.
E ela em desespero vê o filho agonizando,
Sugando os seios murchos como ultima esperança de vida
Vida que ela sabe...  lentamente se vai,
Mas ainda assim levanta os olhos ao céu
E em  supremo esforço sussurra uma oração
Que só ela sabe rezar. Um pedido que só ela pode fazer
E na oração silenciosa diz: Deus deixa-o em meus braços morrer
Faça-o ir, senhor, antes de mim,
Deixa, senhor, que o sofrimento dele eu possa sofrer.
E num último suspiro, não sei se mais doloroso ou tristse,
Se vai uma alma criança, uma alma criança se vai
E o carrões, os iates, as lanchas, as banheiras de ouro
Continuam sendo vendidas, para almas podres e falídas
Que bem poderiam  ser trocadas por vidas.


José João



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