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sexta-feira, 15 de julho de 2011

O livro e o jornal





Sobre a estante estava o livro
Páginas amarelas e mofo na capa
Mas estava ainda austero e viril
Como se do tempo fosse um mapa


De repente eis que chega o jornal
Em tantas quantas páginas dobrado
Olhou de soslaio para o livro,
Disse: Coitado, estás velho, alquebrado...


Continuando com ironia ainda disse:
Vê-me. Olha estou novo, sou do dia
E como tenho milhões de irmãos!!
Tenho pena livro, de tua agonia


Páginas amareladas pelo tempo
Entretanto com pouco manuseio,
Eu não, todos a mim querem ler
E me procuram no mundo com anseio


Sou procurados por todos nesta terra
Só os analfabetos a mim não podem ler
Sou um jornal, pobre e coitado livro
Mas a ti? Quem pode ti querer?


Vê minhas páginas, sou notícia atual
E quase todos têm o mesmo ritual
Sentados ou em pé, em qualquer lugar
Todos me querem ler. Eu, O jornal


O livro em repouso aparente
Calado, mudo, a tudo escutava
Pasmo como se fosse uma estátua
Ao jornal nada refutava


Continuava o jornal a dizer sarcastico
Livro que trazes de novo aí?
Ficaste mudo? Não és novidade?
Senta aos meus pés. Anda senta aqui.


Depois de tanto assim ouvir
Parece que o livro despertou
Lentamentte como a si espreguiçar
Olhou o jornal e falou:


Coitado de ti  pobre jornal
Todos o cultos é a mim que querem ler
Me guardam com muito carinho
Para que eterno eu possa ser


Não me compare contigo pobre infeliz
Tu. Todos os dias nasces como um aborto
Enquanto eu vivo eternamente
Amanhã já estarás morto.


José João

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