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terça-feira, 12 de julho de 2011

Produto





Na minha loucura
Vejo minha própria razão.
Vivo por que  sou louco.
Na minha razão sou apena eu
Na minha loucura o eu somos nós.
Penso, quando a razão não existe,
Não ser apenas um.
Na minha razão
Sou produto de um gôzo,
De um esperminha qualquer
Que casualmente penetrou um ovo.
Na minha loucura, quando penso,
Fui parído por uma flor
Fecundada por um deus
Que se apossou e um pássaro
Que fecundou a flor,
Que não me abortou,
Mas com carinho me pariu.
Na minha razão sou um esperma
Que se fundiu com um ovo
E em um só cresci,
Um impotente ante a vida.
Na minha loucura
Sou milhões de espermas
Ejaculados por milhões de deuses
Para se apossar de milhões de pássaros,
Para fecundar milhões de flores
Para nascerem milhões de EUS
Criados por um D antes dos eus.


José João

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