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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O alfinete, a agulha e a linha





Na almofadinha de costura repousavam
A linha, o alfinete e a magérrima agulha
O alfinete convencido balançou a cabeça:
Õ magricela já sei que não sofres de gula


Õ lumbriguinha, maldita sorte é essa tua
Sem cabeça, já sei, deve ser tola e burra
Magricela me causas essa pena tão profunda
Um lado a ponta fina no outro um rasgo na bunda


Assim é essa outra, sem começo e sem ter fim
Sem pé e sem cabeça enrolada e bem fininha
Parece sempre doente, pobre e coitada linha
Até parece feita pra amarrar piolho de galinha


Ra ! Ra! Ra! Gostaram? Eu sou inteligente
Tenho corpo, tenho cabeça e bem sei pensar
Em cada roupa que fazem vou  ajudando costurar
E depois de tudo pronto volto alegre pro meu lugar


A linha e a agulha  tudo escutaram sem nada comentar
Mas as duas cochicharam: Deixa esse bobo pra lá
Amanhã quando vierem o vestido da rainha buscar
É um bom momento para fazer esse boboca escutar


O VESTIDO DA RAINHA VIM BUSCAR - gritaram -


A agulha, sorrindo, para o alfinete orgulhosa então falou
Alfinete não atas e nem desatas, o vestido da rainha costurei
E a linha vaidosa: Alfinete vou brilhar no vestido da rainha
Enquanto tu, pobre coitado, vais morrer nessa latinha.


José João

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