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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Quem são os mendigos?



Por entre os homens um mendigo passeia triste
Em passos, que de tão cansados, se fazem lentos
Os olhos procuram a outros que se fazem cegos
Então ao tempo, procurando sonhos, se fazem atentos

Nas mãos uma pilha imunda de jornais vencidos
Não tão imunda como manchetes de discursos falsos
De à toas homens que engravatados se fazem sérios
Masturbando pedaços podres de  seus  impérios

Segue o mendigo triste indiferente se o tempo passa
Sua roupa imunda de escudo serve para livre andar
Tão livre anda que até pergunta se vivo está
Em resposta os homens se comprimem pra não lhe tocar

De repente um grito lhe sai do peito como um queixume
Os homens se espantam, se olham, e o chamam louco
Como se chorar fosse pecado, um crime que a ser pago
Lhe faz que os homens o evitem por ser menos que pouco

Malditos homens que de joelhos rezam a qualquer um deus
Que gritam ao mundo que dão esmolas por serem bons
Que a si mesmo dizem que vivem, só para fazer favor
Mas não sabem, na verdade, quem lhes é o seu senhor

Pobres e à toas homens que de terno se fazem ilustres
Como se roupa lhes limpassem a alma, lhes fizessem limpos
Como se justos fossem por se fazerem de importantes
Mas não mendigam, não são mendigos, são meliantes

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