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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Olhem. Vejam e...sintam



Olhem como estão nascendo as flores!
Sem cor, esqueléticas, de perfume atrofiado
De raízes descobertas e nuas. Vejam os espinhos!
Fortes, penetrantes, pontiagudos, perfurantes,
Como se buscassem apenas sangue
Em cálidos caules, cálices vivos.
Vejam como estão nascendo os pássaros!
Cegos, asas aleijadas, pequenas sem força para voar,
Apenas o canto existe, belo e triste.
Melancólico queixume, pela escuridão,
Pela dor de não ver. Escutem o tempo chorando
Passando lento, sem rastros. Como barco sem rumo
Sem leme e sem lastro a navegar no espaço infinito
Indo sem nunca ir e ficando sem nunca ficar
Estando sempre, por ser eterno, por ser tempo.
Sem começo...sem meio... sem fim.
Olhem como estão nascendo os homens!
Em pedaços de vidro, em garrafas vazias,
Em pedaços de carne, de pele, de células frias
Feitos com agulhas, fragmentos de pensamentos mortos
Coitados, já não nascem como poesias.


José João
01/11/2.012

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