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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Eu... um homem de cor

Piso na terra com a força do tempo,
Calco minhas marcas nas pedras
Em passos descalços, com força bruta,
Em atroz batalha, essa eterna luta

De viver entre tiranos, tantos abutres
Lixos caídos gritando palavras vãs
Mentiras gritadas num forte esganar
Nas gargantas imundas de muitos satãs

Não tenho bandeiras, cidadão no mundo
Sou negro, sou branco, gente, sou criatura
Meu grito de guerra quem leva é o vento
Não importa se pra muitos ele seja tormento

Sou forte e valente, guerreiro da vida
Andarilho que sou não peço guarida
Se lutar é preciso pra dizer quem eu sou
Empunho a espada com galhardia e furor

Mas se quiserem esgrimar em árdua batalha
Em que as palavras sejam lanças mortais
Dou-te o prazer de fazer-te, calado me ouvir,
E sentir minhas palavras...  tua alma ferir

E se eu fizer que te ajoelhes ao meu prazer
Não te envergonhes, ora, quem somos nós?
Tu, um pálido ilustre, tenho pena de ti
Que pra mim se cala e, lívido, até perde a voz.

Ora, que sou negro? Isto eu sei e bem sei
Mas responde, que tem a ver cor e sangue? 
Realmente pensas que sangue azul existe!?
Se pensas, viver pra ti deve ser muito triste!

Rio-me de ti até, desculpa essa toda ironia,
Mas apraz-me ver-te nos lábios esse tremor
Buscando palavras (rsrs) que nem sabes dizer
Recolhe-te, ridículo, o que podes agora fazer?

Sou negro, regozijo-me por saber quem eu sou
Não peço, nem preciso que me sejam tolerante
Não calo, sou ousado, as vezes até sou soberbo
Mas quem és, pobre coitado? Lixo insignificante.

Que te sintas orgulhoso, agora podes te sentir
Meu tempo tão precioso reservei um pouco pra ti
Grita ao mundo que um dia um homem de cor
Te deu alguma atenção como se tivesses valor!

Com lanças, com flechas, espadas, palavras
Com todas elas, eu sei, sou um hábil esgrimista
Feroz, valente, sem medo, na vida me fiz vencedor
Curvem-se covardes ... pra vocês... sou SENHOR.

José João
03/08/2.016



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